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sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Encarando...

Postado por Babi às 11:17
E mais um vez suas lágrimas escorriam de forma quase ordenada por seu rosto, levando consigo um pouco de medo, muita tristeza e um pouco de rímel. Repetia para si mesma aquelas velhas promessas que agora tinham sido quebradas de vez, enquanto tentava estancar as lágrimas que teimavam em escorrer como uma cachoeira de mágoas.

 - Não vou mais chorar. - mentia novamente com a esperança de que, dessa vez, ela pudesse acreditar em suas palavras.

Tola.

Aos poucos as lágrimas se tornaram cada vez mais contidas e ela criou coragem para se olhar no espelho. Seus olhos estavam inchados, "vou ter que dar uma boa explicação para isso amanhã de manhã" pensou ela numa tentativa de desviar sua preocupação. 

Se desfez de seus pensamentos e encarou novamente o espelho limpando uma última lágrima que veio sem avisar. 


Desta vez ela olhou no fundo de seus olhos, da mesma forma que aquela pessoa olhava, de forma doce, protetora, como se estivesse vendo coisas que somente ela podia ver, e ela quis poder sentir aquilo novamente, como se não houvesse mais ninguém no mundo, somente elas, como se quisesse se perder e não se encontrar nunca mais. Sentiu um nó apertar a boca de seu estômago. 


- Pare com isso. - disse, como se ela realmente, pela primeira vez, estivesse no controle.


Voltou sua atenção novamente para o espelho, agora, a dor que seus sentimentos lhe causaram não eram o foco. Passou delicadamente a ponta de seus dedos por seu rosto, contornando seus traços numa tentativa inútil de sentir o mesmo que ela sentia quando aquela pessoa segurava seu rosto com as duas mãos e beijava sua testa, seu nariz e por alguns instantes mantinha seu rosto junto ao dela, encarando seus olhos. "É o melhor lugar que eu poderia estar"', pensava. 


Lágrimas se acumulavam em seus olhos novamente enquanto ela tentava, sem sucesso, afastar as lembranças que poderiam derramá-las. Ela ainda podia sentir que estava destruída por dentro, como se seu coração tivesse sido arrancado de seu peito e seus pulmões já não conseguissem suportar todo o ar que ela precisava.


Sua cabeça latejava e seus pensamento não se coordenavam mais, as dores misturavam-se e nem ao menos ela sabia mais o que estava sentindo de verdade. Seus sentimentos agora estavam confusos e suas únicas certezas eram de que ela sentia ódio de si mesma por parecer tão frágil nesse momento e que não possuía mais controle sobre seus sentimentos. 


Ela ainda sentia o mesmo friozinho na barriga, as mesmas pernas bambas, podia sentir aquele perfume, aquele toque que tem o poder de apagar todos seus pensamentos, e pensou mais uma vez nas palavras que foram ditas


- Como isso poderia mudar assim, de repente? - Ela mordeu o canto da boca e passou de leve seus dedos contornando seus lábios, e ela pôde sentir o beijo, aquela que, para ela, ainda era a melhor sensação do mundo.

As lembranças passaram a vir como flashbacks rápidos demais e ela sentiu-se tonta, o que fez com que seu corpo tombasse levemente para trás. Lavou seu rosto com a água da pia que estava quase fria demais e levou seu corpo, arrastado e arrasado, para a cama, abraçou sua fiel almofada cor de pêssego e não conseguiu evitar que aquela pessoa viesse à sua cabeça.


- Meu coração ainda é seu. - sussurrou como se o recado pudesse ser ouvido e apagou num sono profundo e necessário.


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